POVOS ORIGINÁRIOS
Antes da chegada dos colonizadores portugueses, o Brasil era povoado por diversos povos indígenas. A costa brasileira era habitada pelos Tupinambás, que viviam da caça, coleta, pesca, além de praticar a agricultura, sobretudo de tubérculos, como a mandioca e a horticultura.
Essa foi a primeira tribo a ter contato com os europeus, chamando bastante atenção dos mesmos por praticar antropofagia (canibalismo). Eles comiam seus adversários acreditando que estavam se apropriando de suas habilidades, forças e poderes.

Índios Brasileiros (Tupinambás) Dançando, John White, 1585, The British Museum

M'BOI PEWA
O nome Boipeba tem origem na palavra da língua Tupi m'boi pewa, que significa "cobra chata". Esse termo era usado pelos indígenas para nomear as tartarugas marinhas existentes na região
Dança dos Tupinambás, Theodor de Bry, 1590

América Portuguesa dividida em capitanias, Luís Teixeira, 1574
1535
NAUFRÁGIO DE CASTELHANOS
Em 1535, ocorreu o naufrágio da nau Madre de Diós nas imediações de Boipeba, que deu nome à praia de Castelhanos. Quem salvou os sobreviventes de serem aprisionados pelos índios, segundo Capitão da nau Juan de Mori, foi um cristão que se apresentava como Diego Álvares, o famoso Caramuru.

LINHA DO TEMPO
SÉC XVI
1534
CAPITANIAS EREDITÁRIAS
Em 1530, o rei de Portugal, D. João III, decide ocupar as terras brasileiras através do sistema de capitanias hereditárias. O capitão e governador, título concedido ao donatário, tinha amplos poderes, dentre os quais o de fundar vilas, conceder sesmarias (terrenos) e administrar a justiça. Esse sistema foi oficialmente implantado a partir de 1534.
A costa baiana foi dividida em três capitanias: Baía de Todos os Santos, Ilhéus e Porto Seguro.


1563
ALDEIA DE BOIPEBA
Em 1563, Mem de Sá, então Governador Geral do Brasil, doa ao Colégio Jesuíta da Bahia a chamada Sesmaria das Doze Léguas ou Terras de Camamu, que se estende da boca do Rio de Contas até Boipeba, onde os jesuítas fundaram a Aldeia e Residência de Boipeba.
SÉC XVII
1616
VILA DE SANTO ANTÔNIO DE BOIPEBA
Em 1565, Lucas Giraldes, segundo donatário da Capitania dos Ilhéus, ordenou a seu procurandor, Baltazar Ferreira Gaivoto, a crianção das chamadas "vilas de baixo", sendo Boipeba, Cairu e Camamu. Devido às dificuldades e enfrentamentos dos índios Aimorés, a criação da Vila de Santo Antônio de Boipeba só se efetivou em 1616.
Fundação de São Paulo, Oscar Pereira da Silva, 1907


1618
FREGUESIA DO ESPÍRITO SANTO DE BOIPEBA
Em 1618, criou-se a freguesia do Espírito Santo de Boipeba, que englobava as ilhas de Boipeba e Tinharé, com sede na primeira. A colonização foi chegando pelo continente, seguindo o rio dos Patos em direção à Jequié. Tais terras foram integradas à freguesia de Boipeba.
Durante o século XVII, esta região passa a desenvolver o papel de produtora de gêneros alimentícios e materiais de construção para a cidade de Salvador e para o recôncavo canavieiro. A aldeia de Boipeba teve grande crescimento, devido à fuga de colonos do continente, temerosos dos ataques dos Aimorés.


Note no mapa a Ponta dos Castelhanos, Vila de Santo Antônio (atual Velha Boipeba) e Povoação de Boipeba (atual Nilo Peçanha)
Atlas de João Teixeira Albernaz, de 1640

1813
DISTRITO DE CAIRU
A Velha Boipeba torna-se povoado da vila de Cairu.

Convento de Santo Antônio, Cairu
IPAC-BA - Inventário de proteção do acervo cultural, 1988
SÉC XIX
1810
NOVA BOIPEBA
Em 1810, Boipeba perde a categoria de vila em razão dos constantes ataques de índios, sendo transferida a sede para o povoado Jequié, atual Nilo Peçanha, com o nome de Nova Boipeba. Assim, o vilarejo da ilha passa a ser chamado de Velha Boipeba.
1847
EXTINÇÃO DA NOVA BOIPEBA
Pela Lei Provincial n.º 284, de 29-05-1847, a vila de Nova Boipeba é extinta, sendo seu território anexado ao município de Taperoa. Mais tarde, em 1874, ela volta à categoria de município ainda com o nome de Nova Boipeba. Em 1930, ganha o nome de Nilo Peçanha.

SÉC XXI
CONTEMPORANEIDADE
Além da vila de Velha Boipeba, atualmente, existem outros três povoados na ilha, sendo Moreré, São Sebastião, também conhecido como Cova da Onça, e a comunidade quilombola de Monte Alegre. Com cerca de 4000 habitantes, Boipeba é uma das 26 ilhas que formam o município-arquipélago de Cairu
Sua economia gira em torno do turismo, recebendo visitantes de várias partes do mundo afim de conhecerem suas belezas naturais
Em virtude da conservação de sua natureza, a região foi reconhecida pela UNESCO como Reserva da Biosfera e Patrimônio da Humanidade, integrando a ilha à Área de Preservação Ambiental (APA) Tinharé e Boipeba.

Praia Boca da Barra, Boipeba, atualmente

ACERVO FOTOGRÁFICO
COLABORE COM O ACERVO HISTÓRICO
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